Porque não criar a Fileira da Romanzeira?

A romã, cujo nome científico é Punica granatum, é uma infrutescência da família das Punicáceas, originária do sul da Ásia, na Pérsia. Foi levada pelos fenícios para os países mediterrânicos, de onde se difundiu para o continente americano, chergando ao Brasil pela mão dos Portugueses.


A nível mundial, os maiores produtores são o Afeganistão, o Irão, Israel, Brasil, EUA, Itália e Espanha, sendo esta o maior exportador europeu.

Em Portugal, a região do Algarve concentra cerca de 80% da área e 95% da produção total de romã do continente. A maioria da produção provém de árvores dispersas, em bordadura, sendo relativamente reduzido o número de pomares extremes. A área de cultura, que tem vindo a decrescer, é actualmente de 108 ha e a produção anual ronda as 400 toneladas.

As variedades mais frequentes são a Mollar, a De Elche, a Dejativa - de origem espanhola – e a Asseria. Esta última é uma variedade tradicional da região algarvia, precoce e caracterizada por bagos carnudos, vermelhos e de grainha pequena.

Este fruto tem uma forma redonda achatada, encabeçada por um cálice em forma de coroa. Possui uma casca grossa e forte, de cor vermelho escuro a púrpura, mais raramente amarelada, que protege um interior preenchido de minúsculas sementes comestíveis de sabor agridoce, agrupadas dentro de compartimentos e separados por membranas, de cor pálida e sabor amargo.

Ao contrário de todas as outras frutas, que quanto mais radiação solar recebem, maior coloração adquirem, no caso da romã, nos locais em que o sol incide com mais intensidade e durante mais tempo, os grãos no seu interior ficam mais esbranquiçados.

Degusta-se ao natural, grão a grão, em saladas, como guarnição de pratos, em gelados, compotas e em bebidas ou xaropes, como o famoso Grenadine.

A incomparável suculência da romã deve-se ao seu elevado teor de água. Tem um baixo valor calórico, devido ao seu baixo conteúdo em hidratos de carbono, e uma quantidade significativa de potássio, cálcio, fósforo e vitaminas A, B e C.

Sob o ponto de vista medicinal, a romã é a rainha das frutas. Aliada a dietas depurativas e desintoxicantes, constitui também uma excelente barreira preventiva, fortalecendo as defesas do organismo. Possui uma acção anti-inflamatória, digestiva, purificadora do sangue, e ligeiramente adstringente, esta última devido ao elevado teor de taninos presentes na sua casca.

Quanto à sua durabilidade, as romãs são similares às maçãs mantendo-se em boas condições durante muito tempo. Quando armazenadas a baixas temperaturas, entre 0º e 5ºC, continuam a amadurecer, tornando-se mais sumarentas e saborosas, podendo manter-se assim durante meses. Devido à dureza da casca, possuem também uma boa resistência ao transporte.

Ainda que o seu uso principal seja com árvore de fruto, a romãzeira emprega-se também em jardins como planta decorativa, devido à beleza das suas folhas e flores. Tem também aplicação na indústria química, pois a cortiça do tronco é utilizada no fabrico de tintas.

Apesar de podermos encontrar romãs à venda durante todo o ano, a época em que as suas propriedades organolépticas estão mais apuradas vai desde o início de Outubro a meio de Dezembro. Dada a natureza do sistema de produção, a concentração da oferta é reduzida e a qualidade dos frutos heterogénea, pelo que a sua comercialização é efectuada maioritariamente ao nível dos pequenos mercados regionais.

As vendas para o exterior são praticamente nulas e Espanha é o principal fornecedor do mercado nacional, com uma quota que se estima ser de quase 100 %, situação que não tende a alterar-se, visto que, em Portugal, nos próximos anos, não se prevêem investimentos nesta cultura.

Fonte: http://www.observatorioagricola.pt/item.asp?id_item=118

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